Das incitações e diálogos restaram estas seis palavras: Coletivo, Energia, Técnica, Conhecimento, Ambiente e Transformação.
O primeiro desafio seria construir uma frase com todas estas palavras que expressasse um juízo sobre o que é o trabalho humano. Vou ousar uma síntese:
- O investimento da própria energia, com o emprego de certo conhecimento, movimentando e sendo movimentado por uma técnica específica em relação ao propósito almejado, influenciado pelo ambiente a fim de transformá-lo. Uma atividade que, por mais individual que pareça, se insere no coletivo do começo ao fim: dele a ação humana se descola, para ele retorna.
O adoecimento pode perturbar cada dessas partes. E a ideia da saúde do trabalhador é enxergar os fatores de risco originados do próprio trabalho que podem provocar agravos nestes campos.
- A energia: os mais diversos transtornos de humor, que causam sintomas negativos como anedonia, isolamento social, hipersonia.
- O conhecimento: os transtornos de humor, mas também os que ferem diretamente a forma como inteligimos a realidade, nossa percepção, as psicoses.
- A técnica: os transtornos que ferem nossos músculos, debilitam nossas articulações e ossos, o campo de atuação dos reumatologistas e ortopedistas.
- O ambiente: como o ambiente pode ser desgastante ou perigoso, provocando posturas e gestos cujo acúmulo ou intensidade abala o equilíbrio deste ou daquele sistema corpóreo.
- O coletivo: passamos a pensar mais, aqui, na grande cultura que, em massa, nos leva a formas de trabalhar adoecedoras, o mal-estar e as relações espúrias de trabalho de toda uma civilização.
Quando me ensinaram sobre saúde do trabalhador à faculdade, lembro-me apenas do ambiente, dos mapas de risco. Mas, depois desta síntese do professor Danilo, todas essas nuances se deram as mãos.
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