Deus quando criou a matéria, não a concedeu forma. Colocou essa responsabilidade no princípio espiritual. O princípio espiritual, este sim, tomando posse da matéria, a estrutura. Assim se passa desde o átomo ao arcanjo.
Em cada reino, a ação do princípio espiritual assimila uma lição. No início, são lições automáticas, por submissão absoluta às leis universais. No mineral, vai promover a perfeição das formas e a possibilidade das ligações. A instabilidade delas são ensaios malogrados que, contudo, servem de aprendizado. Tudo servirá! Cada ação e reação é um progresso.
No reino vegetal, haverá as lições, das sensações do entorno, de transformar as matérias que lhe alimentam em fruto a ser devolvido ao mundo, de vencer a escuridão do subsolo em busca da luz (sabedoria vertical).
No reino animal, aprenderá a buscar o próprio sustento, cuidar da família, submeter-se aos primórdios das regras sociais, lidar com os brotos de inteligência e emoção, ir em busca da sobrevivência (sabedoria horizontal).
No reino hominal, já com livre-arbítrio, nossas escolhas sedimentarão os aprendizados anteriores, nos apropriaremos deles e e os sublimaremos rumo à metafísica: as ideias criarão formas que pavimentarão o caminho para a verdade superior, enquanto agimos diuturnamente para cuidarmos uns dos outros.
Na homeopatia, temos medicamentos gerados a partir dos três reinos. Hahnemann desenvolveu uma técnica para extrair, não o princípio espiritual, que só pode ser libertado da matéria a partir das leis da morte e da transformação, mas das informações deixadas como vestígios de arte rupestre em cada elemento material que ajudou a organizar ou dar vida. Essas informações são fixadas em água, álcool ou sacarose e, quando entram em contato com o corpo humano, interagem feito um diálogo em nível sutil com a nossa organização atual.
A doença é uma informação deslocada no tempo e no espaço. Um homem não pode agir para o seu nobre fim cósmico acuado feito um rato, colérico feito um leão, pronto para dar um bote feito uma cobra. Da mesma forma, não pode ficar reagindo explosivamente feito uma forma reativa de antimônio, envenenando quem lhe está ao lado. Ou ainda, assustado como uma sensitiva, com medo de que cada toque do mundo possa lhe ser mortal. Ao darmos o discurso certo para ele, cuidadosamente fixado em um meio material que possa entrar em contato com seu sistema absortivo, teremos a ignição para os movimentos de cura. Já que esse discurso revela o semelhante, será como se expuséssemos a verdade a todas as suas células. As reações de vitalidade são o seu corpo reagindo à verdade que lhe dói. A crise é um momento crítico de transformação.
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