Quando estava na faculdade de medicina, insatisfeito com tudo o que via lá, pela frieza e distanciamento das humanas, criei um blog chamado Desmedicina. Após ter me encontrado na medicina, perto do final do curso, mudei o nome para Re-medicinando. As experiências vivas com pacientes reais, diuturnamente, me deram outro norte.
O exercício ininterrupto dessa profissão, após formado, consumiu o tempo que tinha para escrever algo. Também achei por bem queimar os escritos da alma aflita de um noviço. Eu era outro.
Especialista em medicina de família e comunidade, tendo absorvido certa expertise em medicina de emergência, o exercício hipocrático volta a monotonia. Análise rápida de pacientes pressionado por um sistema esmagador, prescrição entediante de um punhado de medicamentos repetitivos: esse é o cotidiano médico. Quem se dedica a ciência se afasta dos pacientes, se aproxima dos padrões e tem mais amor pela matemática do que pelo contato humano. A matemática, com seus desafios sedutores, causa um ânimo para as almas perdidas no dia-a-dia cinzento.
Fugi para a filosofia. Criei um blog que unisse meu amor pela filosofia e pelo espiritismo. A busca da alma sempre foi meu vício. Como unir tudo o que aprendi e vivi no lar, na infância e na juventude - todos espíritas - com a minha profissão cuja motivação havia sido o humanitarismo. Como disse, fugi para a filosofia, criei o blog Por uma Filosofia Espírita. Tentando fazer dialogar os grandes filósofos com o que eu tinha de conhecimento espírita. Isso me deu certa bagagem humanitária. Consegui entender onde a humanidade estava que não pode enxergar a grandeza do espiritismo. Quais as respostas alternativas que os grandes pensadores engendraram paralelamente a revolucionária ideia da imortalidade da alma partícipe de um grande sistema evolucionista moral conduzido por uma Inteligência Suprema a quem damos o nome de Pai, desde Jesus. Mergulhei em documentos cristãos que não consideram o espiritismo um irmão teológico e pude entender o sentimento religioso dos pacientes que às vezes não apenas rejeitam as verdades espíritas como as repudiam.
Uma vontade de união de todas as coisas sob um só propósito amparadas por fenômenos metafísicos cuja verdade, por assim dizer, material seria inquestionável parece ter animado minha alma. Tive que amadurecer. As mais diversas tradições espirituais são portentosas demais para ceder lugar a um nivelamento.
Não penso mais que seja um certo espiritismo como futuro das religiões que esteja no horizonte, o que dava vazão a um sentimento megalomaníaco em mim. Mas, agora, depois de experiências muito particulares, que despertaram um propósito maior, real, genuíno para esta encarnação, eu dou seguimento a esse blog dando vazão a este novo movimento da alma que quer deixar apenas uma contribuição sobre em que o espiritismo pode ajudar os sofredores desesperançados.
Não serão mais ideias soltas, desencarnadas, que aparecerão por aqui. Agruparei as experiências dessa nova construção em minha carreira sobre os pilares da homeopatia, do magnetismo animal, da prece, da desobsessão, do concurso dos espíritos bons, da terapia de vidas passadas e da educação moral. Sobre as particularidades que me levaram até a esses pilares, já não cabe mais aqui discorrer, o texto se alonga.
Uma especialização em homeopatia está por terminar, o magnetismo animal já comecei a estudar, de mediúnicas venho me aproximando, a técnica de terapia de vidas passadas estou estudando conduzido por uma psicóloga experiente, a divulgação da educação moral tenho treinado com palestras e condução de rodas. As peças estão nos seus lugares. O jogo tem que começar. Os tempos são chegados.